GPS da vida
- Mariana C.M.
- 22 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
Perdi o ônibus das 07h15. Chovia, ventava, e o único pensamento era "devia ter saído de casa mais cedo". Observava algumas pessoas correndo com guarda-chuvas, enquanto outras passeavam tranquilamente, apesar de não terem nada para se abrigar das fortes gotas que caíam.
Às vezes você perde o ônibus, mas está perdendo muito mais do que chegar cedo no trabalho. Perde o bom dia do motorista daquele horário, perde a simpatia da senhora que sempre senta na primeira cadeira. Perde o sorriso do bebê passeando no carrinho com a babá.
Quando você adiou a ida ao mercado, deixou de conhecer aquela pessoa que talvez mudaria sua vida da noite para o dia. Às vezes, quando você desistiu de ir naquele aniversário, desistiu de se abrir para algo totalmente novo.
Um dia me disseram que ao sair da zona de conforto, coisas incríveis acontecem. Eu não sou de generalizar situações ou de pregar coisas a outras pessoas, como quem me disse isso. O que acontece comigo pode muito bem não acontecer com você, e vice-versa. Mas, aproveitar as oportunidades da vida não é uma questão de opinião individual, e sim, um ponto de vista geral.
Lembre-se, não existe um GPS para a vida, então, perder-se no caminho faz parte da jornada. Mas, atente-se: quando você perde o ônibus, está perdendo muito mais do que isso. Também perde oportunidades de conhecer novas pessoas, criar novos laços e conexões.
Ou, você pode conhecer alguém no horário errado - e no lugar certo.
"O próximo vem daqui uns 10 minutos", avisei a mulher que me questionou sobre o ônibus e terminou a conversa me recomendando para - o que seria - o meu primeiro emprego naquela cidade.
Por isso...
Vá para a praia sem planejar. Vá naquele café novo da sua cidade - que você tanto quer ir, mas espera alguém te convidar. Vá ao cinema sozinho. Vá assistir ao pôr do sol no parque perto da sua casa. Vá até aquela palestra da sua área de trabalho. Vá andar de bicicleta. Vá ao museu que você sempre quis. Vá à biblioteca da sua faculdade. Vá aos shows de cantores que você ama e até daqueles que você nem conhece tanto. Vá visitar quem você não vê há anos. Vá no lugar que você sempre vai.
Mude, persista, viva, reviva.
Não tenha medo de arriscar, de se desafiar ou de errar. Nem de dizer coisas clichês como essas, afinal, a vida também é feita de clichês. E eu te pergunto agora, você está vivendo ou deixando a vida passar?

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