Imediatismo na atualidade: o consumo de longa-metragem deixará de existir?

Como a Geração Z consome audiovisual e onde o cinema se encaixa nisso

Na era dos vídeos curtos, os longas de mais de duas horas de duração são exceção aos grandes lançamentos do cinema. Vivemos em uma fase de imediatismo digital, em que o acesso à informação e ao entretenimento está ao alcance de nossas mãos a qualquer momento - e grande parte das pessoas espera consumir isso de forma rápida.

A geração Z, nascida entre o final dos anos 1990 e 2010, é a principal responsável por essa revolução tecnológica. Mas como esse público consome audiovisual? 

Hoje, temos até a possibilidade de aumentar a velocidade (em 2x) dos vídeos do Tiktok, a plataforma que concretizou a era dos "vídeos curtos que viralizam". Onde o cinema tradicional se encaixa nesse cenário? Neste artigo, vamos refletir sobre o papel das redes sociais nessa mudança e qual pode ser o futuro dos longa-metragens. 

Gen-Z e o consumo de audiovisual  

Para a geração Z, a experiência de consumir conteúdo audiovisual mudou de forma drástica. Plataformas de streaming tornaram-se os novos cinemas, oferecendo uma ampla variedade de filmes, séries e documentários disponíveis a qualquer hora e em qualquer lugar. A conveniência, o conforto e a personalização dos seus próprios gostos são o que destacam esse novo modelo de consumo.

Os streamings e as redes sociais estão interligados quando o assunto é a indicação de filmes e séries para o final de semana ou até mesmo na forma de divulgação dos grandes lançamentos. Quem, hoje em dia, assiste um trailer pela primeira vez nos cinemas?

O TikTok e o Instagram são as primeiras plataformas pensadas para propagação na atualidade. Entretanto, também são as primeiras plataformas no consumo diário desse público. Você acorda, segue a sua rotina matinal, come seu café da manhã e descansa até o horário do trabalho, o que faz enquanto isso? Alguns podem até pensar em ler um livro, mas se a atividade exige tecnologia, a resposta é unânime.

Com a comodidade do celular sempre nas mãos, os vídeos curtos das redes sociais passaram a ser a maior forma de entretenimento dos jovens, ocupando o espaço que as grandes telas de televisão costumavam ter nessa rotina. 

O protagonismo das Redes Sociais

De um lado: Netflix, Prime Video, Max, Globoplay, Star+, Disney+. Do outro: reels do Facebook e Instagram, Youtube Shorts, Snapchat, vídeos do Tiktok. Aos olhos do consumidor, as plataformas de conteúdo não parecem concorrentes - mas, no cotidiano, concorrem pelo espaço de tela nos celulares. 

Segundo levantamento da Comscore, o Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais no mundo. Isso mostra que as redes sociais são protagonistas na forma como a geração Z descobre, compartilha e interage com o conteúdo audiovisual. Influenciadores digitais e criadores de conteúdo tornaram-se os novos críticos de cinema, ditando as escolhas e preferências do público mais jovem.

E não é surpresa que o TikTok tenha se tornado rapidamente uma das plataformas de mídia social mais populares entre os jovens. A geração atual é atraída pela criatividade e pela autenticidade dos conteúdos, com isso, as pessoas tornam-se tanto criadoras quanto consumidoras. Talvez seja essa a liberdade que tanto amam - sem julgamentos ou imposições (depende). 

Por ser uma forma de entretenimento rápida para descontrair no dia a dia, o Tik Tok nos mostra a necessidade por parte dos jovens de um maior número de produção audiovisual curta. Hoje em dia, é possível até encontrar a reprodução de um filme inteiro dividido em vídeos de 1 minuto na rede social. 

Cinema tradicional no imediatismo 

Enquanto o cinema tradicional enfrenta desafios para se adaptar a esse novo cenário, a experiência cinematográfica continua sendo valorizada. Isso mostra que há espaço para a coexistência entre o digital e o analógico. O futuro do cinema depende da capacidade da indústria em inovar e oferecer experiências únicas que cativem o público mais jovem.

A geração de hoje busca experiências imersivas e interativas, o que tem levado os cinemas a investirem em tecnologias como projeção 3D, som surround e salas VIP. Além disso, a produção de filmes blockbuster e franquias populares ainda tem o poder de atrair grandes públicos, demonstrando que o conceito de ir até o cinema ainda é forte entre os jovens.

Ao mesmo tempo, como mencionado anteriormente, o TikTok e o Instagram são peças fundamentais na propagação de lançamentos famosos, gerando expectativa e repercussão dos trailers antes mesmo de chegarem aos cinemas. 

Pensando assim, a indústria de cinema pode se tornar ainda mais forte se usar o digital como aliado. O imediatismo, incentivado pelos vídeos curtos, é uma forma de comportamento atual, mas a arte, a cultura e o entretenimento jamais deixarão de ser consumidos.

Qual é a sua opinião sobre a nova forma de consumo de audiovisual? O imediatismo fará com que as pessoas desistam de longa-metragens ou será uma parte inabalável da cultura do entretenimento? Traga seu comentário para a reflexão!