top of page

Flores para Algernon 

  • Mariana C.M.
  • 22 de fev. de 2024
  • 2 min de leitura

Autor: Daniel Keyes

Editora: Aleph

Páginas: 288

Ano da primeira publicação: 1959


capa de livro amarela e preta com um homem estampado no fundo


Já imaginou analisar a sua vida passada, no momento presente, sendo uma pessoa completamente diferente e inteligente? Por mais que seja com autocobrança e muitos julgamentos, essa é a história de Charles Gordon, personagem principal da história de Flores para Algernon. 


Daqueles livros que terminam com mais questionamentos do que soluções. Essa é uma resenha que contém spoiler. 


O autor sugere o final da história logo no título, mas o leitor esperançoso recusa a acreditar que o desfecho será esse. Falamos sobre uma ficção-científica intensa, que conversa mais com fatos da realidade do que a ficção. A trama causa certo desconforto na leitura das páginas por preconceitos externos da sociedade, enraizados desde a época em que o livro foi escrito, em 1959. 


O livro inicia-se com uma narrativa lenta, construída a base dos chamados “relatórios de progresso” do paciente Charles. Ele, nas primeiras páginas, é um homem simples, inocente e com um QI muito abaixo do normal para sua idade, na média dos 30 anos. No decorrer da história, ele descreve o seu dia a dia e o seu avanço em ser um teste humano de uma pesquisa científica para uma cirurgia que promete aumentar sua inteligência. Algernon, por sua vez, é o rato mais inteligente de laboratório, que já passou por essa mesma operação e comprovou os supostos resultados em animais. 


A narrativa em primeira pessoa, com erros de gramática no início, faz com que o leitor perceba a evolução gradual da personagem, intelectualmente falando. Charles passa por uma série de testes, análises e desafios diários para comprovar a evolução que irá permitir a cirurgia. Até que esse dia chega e ele finalmente se torna inteligente, como tanto desejou. Esse aumento no QI não ocorre do dia para a noite, Charles ainda continua com acompanhamento diário de psiquiatras e pesquisadores, mas se permite aprofundar seus conhecimentos por conta própria também. 


Muitos reflexos dessa mudança afetam o decorrer da história, desde a perda de emprego às dificuldades de socialização, que serão desvendadas nas páginas seguintes. 


O livro teve uma adaptação em filme no ano 2000, mas a profundidade da trama não é a mesma. Vários acontecimentos são deixados de lado, personagens esquecidos e até o final da história não traz a mesma sensação do que ao ler o livro. Mas, também vale a experiência depois da leitura. 


Essa obra é para quem gosta de livros cativantes, estudos de psicologia e análise de pessoas. É uma história atemporal, com reflexões importantes sobre a sociedade e a vida. 


Ao final do livro, Charles pede que deixem flores para Algernon, quando, na verdade, o leitor sente vontade de deixar flores para Charles também. 


Comments


bottom of page